Desde que aprendi a pensar, sempre questionei a atual situação do país, mas
confesso que como muitos outros minha indignação não passava de palavras.
Acredito que como eu, muitos brasileiros estão no seu limite e não são os R$
0,20 centavos que indignam, mas um conjunto de fatores que só precisava de uma
faísca para virar fogo e virou.
Acredito que toda essa manifestação já tenha começado há mais tempo, desde
que o Deputado Feliciano assumiu a Comissão de Direitos Humanos uma pequena
minoria iniciou os protestos em Brasília e a repercussão dessa minoria nas
mídias e redes sociais incitaram a ideia de iniciativa do movimento Passe
Livre.
O que começou com uma reivindicação de R$ 0,20 centavos, acabou gerando uma
corrente de insatisfações onde temos em pauta a PEC 37 que fortalece a
corrupção. Se aprovada, o poder de investigação criminal seria exclusivo das
polícias federal e civis, retirando esta atribuição de alguns órgãos e,
sobretudo, do Ministério Público (MP).
Temos também os gastos com a Copa do Mundo, o absurdo dos financiamentos
públicos a "Elefantes Brancos" em um momento em que o país sofre de
carências no setor de educação, saúde, transporte entre outros.
O conceito de democracia nos diz que a democracia é um regime de governo em
que todas as importantes decisões políticas estão com o povo, e esse povo
resolver tomar as decisões, cansado de tantos abusos e absurdos a população
está tomando as rédeas da situação e gritando, queremos mudar o país. Cansados
da impunidade e do descaso dos políticos que utilizam o sistema para se manter
no poder, a população acordou e percebeu que são com atitudes que consegue
resultados.
Essa resistência do Sr. Haddad nos faz pensar, que por traz dos R$ 0,20 não
estão apenas os interesses em fechar as contas dos cofres públicos, mas que
mascara mais um esquema de corrupção para financiamento de campanhas. E não só
o Sr. Haddad está sobre suspeita, mas também cito o oportunismo do Deputado
Marcos Feliciano que aproveitou que os manifestantes estão focados em outros
problemas do país para aprovar hoje a "cura gay" que para mim incita
um preconceito ao homossexualismo que se compara a visão que Adolf Hitler tinha
dos Judeus e que a história nos conta até onde chegou.
Chegamos a um ponto onde o descontentamento existe e é palpável, o que nos
falta talvez seja a fusão das frustrações transformadas em um propósito,
precisamos destacar lideranças para manter os protestos pacíficos e centralizar
as reivindicações, os jovens de hoje aprenderam a pensar apesar da carência da
educação o acesso a informação exercita o senso crítico da uma nova geração conscientizando
a massa, esses novos cidadãos podem sim mudar a cultura brasileira corrupta e transformar
o país para que as próximas gerações tenham mais orgulho de serem brasileiros.
Estamos fazendo história e por isso convido a todos a irem para a rua
pacificamente e protestarem sim, juntos, e em uma só voz gritarem que não são
R$ 0,20 centavos, é um país querendo ser do povo para o povo.